sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Platô De Órion - A Assembléia do Mistério


Idra Mistór

Ano 277.314

Velas feitas de óleo de q´namon e cera de tamareira extraídas das folhas das qórem-tamar iluminavam todo o ambiente, cuja luz permitia a visão das paredes que exibiam gravuras com os Nomes secretos de Lorde Atiká escritos em Sháb´ta, o antigo idioma dos mistérios, e deixavam clara a identidade do morador daquela rústica residência, construída no Platô de Órion, onde os estudantes costumavam permanecer observando a antiga constelação, acima do velho bairro e no final da Ponde de Séfora, assim nomeada devido ao material a partir do qual fora construída: Pedras capturadas do cinturão de asteróides do que antes fora o planeta natal do Príncipe Hevel e orbitado por Séfora – a Lua.

O visitante caminhou por sobre a ponte após trafegar em meio às inúmeras moradias de Qédma, o antigo bairro habitado pelas famílias dos estudantes da Escola de Mistérios, ao todo duzentas e sete moradias. Ruas iluminadas por tênues lâmpadas suspensas de cor ocre instaladas em postes feitos de Iachalom em estado bruto. Obervando as residências, algumas em que os moradores ainda permaneciam acordados, notou devido às luzes que escapavam através das frestas das janelas. Já era tarde. As sha´onim contavam quarenta mil micro pedras para o inicio da terceira vigília da noite, horário propicio para os estudantes dos mistérios se reunirem e penetrarem a Sabedoria. Atravessou a praça principal onde bancos feitos de madeira de tzipor´nim permaneciam destinados aos moradores do bairro. Um velho sekudá de barbas longas e grisalhas observava, assentando sobre um deles, as várias constelações que cintilavam nos céus. O misterioso caminhante subiu os vinte e dois degraus da escadaria que o colocou sobre a ponte, e em direção à mística residência que o aguardava no final dela sobre o Platô. Obeservou o Cinturão de Órion enquanto este apontava para a Estrela do Messias magnificamente brilhante sobre a cadeia de montanhas ao sul. Estava vestido com um manto shachór[1] todo bordado com fios kessaf que davam forma às letras do Sháb´ta iluminadas pela luz de Pála que refletia sobre elas. Um alforje feito de fibras de q´namon de cor ocre pendia junto às costelas seguro por uma alça feita de crina de tachash trançada, dentro do qual o xale místico de orações em cujas costas fora bordado, com fios de prata, o Escudo da Escola de Mistérios.

O homem alto, de 1,80 mts, parou diante da porta de entrada feita de madeira de Ilon e com um movimento da sua mão direita, fez tilintar os pequeninos canos, feitos de vidro de odêm cortados em diversos tamanhos, e que davam existência ao sino de vento, pendurado sob o umbral à esquerda, avisando ao morador que o visitante chegara. Lembrou-se do dito popular falado entre os habitantes de Qédma: “Os sinos avisam quando o espírito se aproxima”. A porta abriu-se deixando a luz produzida pelas muitas velas escapar pela abertura e iluminar a face do misterioso ser. Os olhos de pupilas brancas, incomum para um Sekudot, denunciavam a natureza espiritual do homem em pé diante da porta.

- Sh´lamá Lukh – cumprimentou o recém chegado ao residente que lhe devolveu com as mesmas palavras.

- Lukh Sh´lama Patriarca – disse enquanto com um gesto da mão esquerda o convidava para adentrar a rústica e iluminada moradia.

O visitante, cuja identidade começava a ser revelada, abaixou-se desatando as correias das sandálias feitas de fibras das qórem-tamar e couro de Tachash, tomando-as na mão esquerda enquanto com a direita tocava o pergaminho colocado em uma pequena caixinha de madeira presa ao umbral direito na posição diagonal na qual o Nome divino do guardião dos mistérios fora gravado. Iniciou sua entrada com o pé direito, de acordo com a mística tradição e conhecimento, colocou as sandálias para repousar em um pequeno e rústico móvel, como os demais e poucos que enfeitavam o ambiente, feito de madeira Ilon, e onde outras sandálias dos outros convidados, que já o aguardavam assentados em almofadas negras encostadas junto às paredes da grande sala, descansavam. De imediato o aroma da Sabedoria invadiu-lhe as narinas forçando-o a respirar lenta e profundamente.

Atravessou o átrio interno calçado com ocrelejos, estacionando por alguns segundos sob a abertura no teto protegida por vidro de odêm transparente, que dava visão da bela espiral galáctica visível naquela noite. Retomou a caminhada passando pelo portal em arco que dava acesso à grande sala onde os demais o aguardavam. Levantou a mão direita saudando-os com o tradicional cumprimento aurean, juntando palma direita sobre a esquerda à frente do coração, bondade estabelecida sobre a severidade, era o significado daquele tradicional gesto. Levantou-as em seguida deixando seus lábios purpúreos pronunciarem uma benção:

- Bendito seja o Atiká Qadishá que nos proporcionou este encontro criado para as almas para as quais os mistérios foram reservados – disse fazendo com as mãos o gesto secreto, a marca dos Ethanim, que revelou aos nove sekudot ali presentes, a identidade do misterioso visitante. Tratava-se do 30º dos Ethanim.

À esquerda, em um pequeno ambiente adjacente, um Al´ud Lyrae se fazia ouvir no segredo da música de Eithan d´Ezra, que se despejava na sala sendo regada pelo aroma da especiaria sagrada, cujo cheiro fluía de vários pequenos bastões de qetoret samim, acesos e em incensários retangulares colocados nos quatro cantos sobre pequenos pedestais feitos de bera´k.

- Sente-se aqui patriarca – disse Abba[2], o morador, enquanto apontava com a mão direita para uma grande almofada colocada junto à parede leste.

- Chame-me pelo meu nome – devolveu o Ethan enquanto descobria a face que outrora estivera oculta pelo capuz que cobria sua cabeça.

No centro, uma pequena e baixa mesa, quase rente ao chão, continha xícaras feitas de louça provinientes de Sagidá e Hallel, e uma bandeija feita de kessaf que continha dúzias de biscoitos feitos de leite de tachash e q´namon.

Yachid – o 30º dos Ethanim colocou a mão esquerda dentro do alforje e retirou dele o místico xale de orações dentro do qual ocultava um livro feito de folhas de fibra de q´namon gravado com grandes letras sobre a capa posterior. Levantou-se por um momento e após pronunciar a benção adequada cobriu-se com ele. Todos os demais fizeram o mesmo, seguindo o exemplo do Patriarca e obedecendo à antiga tradição. Tomou o livro em sequida e abriu-o levantando-o acima da cabeça enquanto seus lábios pronunciavam palavras místicas dita em Eberiano:

- Baruch atá Atiká Qadishá, hamelaméd hamistorei le´amô ha-Sekudot – (Bendito sejas Atiká Qadishá, que ensinas os mistérios ao Teu povo, os Sekudot).

- Baruch atá El Misater, Mélech há-Olam, notên há-sodot – (Bendito sejas óh D´us do Mistério, que nos deste os segredos) – responderam em uníssono os participantes da Idra Mistor – A Assembléia do Mistério.

Ao abaixar o livro, todos viram suas palavras escritas à direita com prata e à esquerda com ouro. Demonstraram temor abaixando as cabeças cobrindo-as cada um com seus respectivos xales. Orações em Sháb´ta, o idioma dos mistérios preencheram o ambiente tornando-o ainda mais místico. Pequenas boerim eshim começaram a escapar das velas acesas em todo lugar, gravando no ar as otiot sagradas que podiam ser lidas pelos iniciados ali presentes, e que passaram a ser entoadas, numa bela e mística canção criada por Alúf, o primeiro dos Ethanim:

“El, oculto num véu escondido. Razão secreta de todo o pensamento. Causa das causas, coroado com uma alta e sublime coroa. A coroa pertence a Ti, Shadai.

No principio da Tua lei antiga, está marcada a Tua ciência oculta. Onde encontrá-la? Ela é imperceptível aos olhos dos não iniciados. O inicio desta ciência é o temor ao Sagrado. Como os afluentes do An-Nahr – O Rio, são os arroios da Fé mística e secreta. O inteligente tira a Sabedoria das suas profundezas. Saem dela cinqüenta portais do entendimento. Os homens da Fé são guardados por Shadai.

Grande D´us! Os olhos de todos nós se voltam A Ti, e os “Aiyniim Atidim” o aguardam para que o futuro lhes seja revelado. A Tua misericórdia vai além de todos os céus”.

Esta era uma agadá falada pela boca tanto dos iniciados como dos não iniciados, pelas casas dos Sekudot, que apesar de não terem conhecimento das palavras ditas nestes místicos encontros, sabiam que até mesmo as velas entoavam canções sagradas.

O “Livro da Iluminação” escrito por Bar Hakanna brilhou nas mãos de Yachid que o colocou sobre uma almofada à sua frente. Todos passaram a recitar a Benção da Sabedoria dos Ethanim, para que quarenta e dois dos cinqüenta portões do entendimento fossem abertos.

Estes encontros da Idra Mistor aconteciam uma vez na shavuá, sempre no terceiro imoá, e assim durante quarenta e duas semanas, cada um dos Ethanim comparecia na residência de Magid, cujo número[3], gravado na parede externa, ao lado esquerdo da porta de entrada, deixava claro ser uma residência apropriada para revelar aos iniciados da Assembléia do Mistério, os segredos da Sabedoria. Este era o trigésimo encontro realizado a partir do primeiro dia do sétimo mês[4] que é o segredo da criação.

- Cada letra inicial dos nomes dos Ethanim é uma letra do Nome de D´us de 42 otiot e que escondem o mistério da criação da todas as coisas – abriu o Ethan.

Yachid passou a revelar o mistério escondido no primeiro ayát do Livro dos Começos, mais especificamente das suas primeiras quarenta e duas otiót.

- Lorde Atiká as permutou entre si inúmeras vezes, até que o Seu Nome de quarenta e duas otiot se revelou. Ele então convocou os Taguim e fê-los assentar sobre elas. Casou umas com as outras e com elas criou todas as coisas. Quarenta e duas otiot divididas em sete seqüências, cada uma com duração de mil anos divinos, resultando em quarenta e dois mil anos no segredo da criação. Cada uma das quarenta e duas otiot esconde o mistério dos nomes de cada um dos Antigos que governaram antes de mim e daqueles que governarão no futuro. O Nome de quarenta e duas otiot da ao iniciado que possui Lév Tahór, poder para criar infinitos milagres – palestrou Yachid.

A noite seguiu com místicas revelações sobre os mistérios do Nome de quarenta e duas otiót e dos segredos atados a ele até que o primeiro sol brilha-se no leste. Yachid tomou a direção do antigo castelo antes que os primeiros raios iluminassem as ruas escuras do antigo bairro, deixando na casa de Maguid o aroma da especiaria que ampliou as consciências de todos os presentes.

Estes foram dias esplendorosos no ano 314 do governo do 30º dos Ethanim, dias de grandes revelações sobre os mistérios do universo.

O Nome sagrado de quarenta e duas letras foi gravado no Matê de Moisés e que brilhava com quarenta e duas cores diferentes. Esta vara sagrada que existiu no pensamento divino antes que todas as coisas fossem criadas. Ela seria o agente para a fabricação de grandes e temerosos milagres. E por esta razão foi escrito no Livro dos Mistérios:

“Foi gravado no matê[5] de Moisés o Nome sagrado que brilhava com quarenta e duas cores diferentes”.

Assim permaneceram toda a vigilia falando dos mistérios sagrados do universo, até o momento, antes do rair do primeiro sol em que o Sábio patriarca tomou as ruas de Qédma em direção ao castelo da disnastia Sekudot. As lâmpadas suspensas que outrora iluminavam a shachar, começam lentamente a apagarem-se, e pequenos burburinhos já escapavam pelas frestas das janelas das casas do antigo bairro, sinalizando que seus habitantes já começam os seus afazeres antes do surgimento do dia.


[1] Negro

[2] O outro nome de Magid – Fundador da Escola de Mistérios.

[3] 208 – razão em gematria do termo em Shab´ta “Razá” que significa “Mistério”.

[4] Tashrit

[5] Cajado mistico criado no crepusculo do sexto dia da criação e que seria dado ao Patriarca Moisés para a criação dos milagres.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Qédem - Descrição Da Obra

A mais bela narrativa de Ficção Cientifica dos últimos tempos, entrelaçada com os códigos dos antigos “Ethanim” que na antiguidade, cerca de 5.000 anos no passado foram conhecidos como “Iordei Edey Há-Merkaváh (Aqueles Que Desceram Da Carruagem Divina)” – um mistério que você só poderá descobrir ao ler a obra.

Misha´El foi inspirado para escrever as “Crônicas de Qédem” no ano “294.766 da Criação” – quando, depois de 21 dias de introspecção meditativa na qual fora lançado através das imagens de algumas Espirais Galácticas que o impactaram com suas belezas. No final destes dias de meditação passou misteriosamente a receber as visitas dos que ele chama de “Os Antigos” que se revelaram a ele pelo nome código de “Ethanim – Os 42 Patriarcas da Luz”. Numa tarde de Sábado, após o “Ritual da Separação”, recebeu as visitas dos Patriarcas que lhes ensinaram uma poderosa oração chamada de “Benção da Sabedoria” a qual ninguém nos tempos atuais tivera ciência. A benção está revelada no livro.

Quanto mais Misha´El escrevia, mais segredos recebia, os quais ele codificou nas “Crônicas” e que você deverá descobrir – elevados segredos que contam até sobre civilizações planetárias antigas e um segredo sobre a Terra de Isra´El que revela a sua origem.

O termo “Qédem (Hebraico Qedêm)” é Bíblico, mas não é encontrado nas traduções das Bíblias, ao invés, ele foi geralmente traduzido para “Oriente” ou “Antiguidade” que acabou por corromper os sentidos dos textos em que fora codificado. Qedêm que o escritor transformou em “Qédem” alude a um lugar no universo onde D´us criou o Jardim do Éden, e de onde vieram as primeiras civilizações extraterrestres que chegaram à Assíria, como revela o texto da Bíblia corretamente traduzido:

“E foi viajando de Qedêm que encontraram um vale na terra de Shinar e habitaram ali – (Gênesis 11:2)”.

Foi ali que tentaram construir o gigantesco portal que foi chamado pelo nome código de “Torre de Babel” cuja origem é o termo assírio “Bab-Ilu – Portal de D´us”. Eles queriam apenas voltar para casa. Qedêm resulta no cálculo das letras hebraicas que o forma em “144”.

Esta fascinante narrativa – se apenas uma Ficção Cientifica ou uma verdade – somente o tempo e os estudos dos leitores revelarão no futuro.

Muitos segredos revelados pelos “Ethanim” ficaram em anotações feitas pelo autor em seus diários, e que ele resolveu não publicar, e somente os mais íntimos tem acesso a eles.

O trabalho consumiu quatro longos anos entre meditações e o processo final de escrita. Capítulos inteiros vieram através de sonhos, momentos de quase transe e escrita intuitiva.

Embarque nesta fantástica viagem rumo a uma Galáxia distante onde reside o planeta Aur, conhecido no universo como “O Planeta da Luz Divina” e onde vivem os Sekudot.

Sobre O Autor

Misha´El Yehudá Ben Yisra´El nasceu no bairro do Belém em São Paulo no ano de 1966. Escritor, músico multi-instrumentista, compositor e arranjador e poeta. Rabino do movimento Anussim no Brasil, fundou no ano 2000 “O Grupo Aisha Há´Or” com o intuito de reunir os filhos da dispersão judaica. Em 2007 criou e fundou a “Associação Cabalista Mundial – Gará Kulam Moshav”. Um dos mais profundos místicos do século 21 no Brasil, Misha´El trabalha incansavelmente para a elevação da humanidade através da Sabedoria.

Na Europa o lançamento está previsto para Março de 2010 pela Antagonista S. Editora. O título escolhido para a Europa é Qédem. Para acompanhar sobre o lançamento de Qédem no exterior, siga o Site da Antagonista: http://mirfantastico.blogspot.com/


Book Trailer de Qédem

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